Dra. Márcia Alcântara - da Academia Cearense de Medicina |
As dores "rombas" de setembro
Publicado no "O POVO on line" em 27/09/2016
A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos
Cabe logo conhecer-se o significado de dor
(Wikipédia): para o lado médico, a dor é uma sensação penosa,
desagradável, produzida pelos estímulos internos ou externos de
terminações nervosas sensíveis a esses fatores. Podem ser de vários
tipos: intensas, agudas, crônicas; em vários componentes do nosso corpo,
como a dor de cabeça. Por outro lado, existe a dor da alma, causada por
sentimentos de perdas, danos, desgraças, mágoas, decepções,
desaparecimento de sonhos idealizados e muito mais.
A dor que chamei de “romba” é aquela dor disforme que causa extremo mal-estar como se um rombo, de fato, tivesse sido feito na nossa alma: nossa essência se desfigura, os sonhos se esvaem e fica esse “enorme buraco” detonador de rumos que propusemos, um dia, para as nossas vidas. Foram três as principais dores “rombas” que se abateram sobre os brasileiros nesse setembro de 2016, abalando a estrutura emocional da imensa maioria deles.
A essência de cada um de nós foi trespassada primeiramente pelo show midiático promovido pelo grupo de procuradores da “Lava Jato”, operação que se desenrola para a moralização do Poder Público, apoiada pela maioria da população brasileira e que, segundo os resultados das investigações, esse poder está contaminado pela propinocracia e, portanto, está mergulhado até o pescoço em corrupção. A dor romba foi disparada na hora em que foi dito em rede nacional e internacional, que o ex-presidente Lula era o “comandante máximo” do petrolão, “artífice da propinocracia”, “maestro da orquestra criminosa”.
Revendo: Lula representou para os brasileiros a esperança de uma vida melhor, num Brasil que até então tinha sua política dedicada às classes sociais elevadas. Seu primeiro governo foi de resultados. O povo o admirou, confiou e viveu dias melhores, ganhou dos brasileiros o apoio e louvor irrestritos, reelegeu-se. No governo de sua sucessora, tudo ia bem até o desmoronamento de tal estrutura política. A demonstração didática dos procuradores atingiu Lula e o povo sofreu a intensa dor da desilusão, mas só nos convenceu de que Lula faltou com a ética e prevaricou, estabelecendo uma relação promíscua com empreiteiras quando desejou ter um tríplex em Guarujá.
A dor romba se formou e ficou. A segunda foi a contestação melancólica do ex-presidente que, cheio de emoção, tentou nos convencer de que é inocente e está a catar picuinhas para se ver livre das acusações e de ser preso como seus pares. A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos.
Finalmente o “Velho Chico” tragou, num turbilhão de correnteza, o grande ator global que deixou esposa, filhos, um legado de arte novelística e seus fãs atingidos por mais uma dor romba nesse setembro de dores. As reflexões são necessárias agora.
Márcia Alcântara Holanda
pulmocentermar@gmail.com
Médica pneumologista; membro da Academia Cearense de Medicina
A dor que chamei de “romba” é aquela dor disforme que causa extremo mal-estar como se um rombo, de fato, tivesse sido feito na nossa alma: nossa essência se desfigura, os sonhos se esvaem e fica esse “enorme buraco” detonador de rumos que propusemos, um dia, para as nossas vidas. Foram três as principais dores “rombas” que se abateram sobre os brasileiros nesse setembro de 2016, abalando a estrutura emocional da imensa maioria deles.
A essência de cada um de nós foi trespassada primeiramente pelo show midiático promovido pelo grupo de procuradores da “Lava Jato”, operação que se desenrola para a moralização do Poder Público, apoiada pela maioria da população brasileira e que, segundo os resultados das investigações, esse poder está contaminado pela propinocracia e, portanto, está mergulhado até o pescoço em corrupção. A dor romba foi disparada na hora em que foi dito em rede nacional e internacional, que o ex-presidente Lula era o “comandante máximo” do petrolão, “artífice da propinocracia”, “maestro da orquestra criminosa”.
Revendo: Lula representou para os brasileiros a esperança de uma vida melhor, num Brasil que até então tinha sua política dedicada às classes sociais elevadas. Seu primeiro governo foi de resultados. O povo o admirou, confiou e viveu dias melhores, ganhou dos brasileiros o apoio e louvor irrestritos, reelegeu-se. No governo de sua sucessora, tudo ia bem até o desmoronamento de tal estrutura política. A demonstração didática dos procuradores atingiu Lula e o povo sofreu a intensa dor da desilusão, mas só nos convenceu de que Lula faltou com a ética e prevaricou, estabelecendo uma relação promíscua com empreiteiras quando desejou ter um tríplex em Guarujá.
A dor romba se formou e ficou. A segunda foi a contestação melancólica do ex-presidente que, cheio de emoção, tentou nos convencer de que é inocente e está a catar picuinhas para se ver livre das acusações e de ser preso como seus pares. A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos.
Finalmente o “Velho Chico” tragou, num turbilhão de correnteza, o grande ator global que deixou esposa, filhos, um legado de arte novelística e seus fãs atingidos por mais uma dor romba nesse setembro de dores. As reflexões são necessárias agora.
Márcia Alcântara Holanda
pulmocentermar@gmail.com
Médica pneumologista; membro da Academia Cearense de Medicina
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