Por: Eduardo Teixeira
Homenagem ao Dr. Gilmário Mourão Teixeira lida na missa de 7º dia
Eduardo Teixeira, em sua homenagem ao pai, Gilmário Mourão Teixeira, leu algumas reflexões, abaixo, escritas por seu pai.
Eduardo Teixeira, em sua homenagem ao pai, Gilmário Mourão Teixeira, leu algumas reflexões, abaixo, escritas por seu pai.
Reflexões sobre....
Velhice
Confesso-lhes que não me preparei para enfrentar com galhardia esse complexo nebuloso de sensações impostas pela velhice, que afetam não só o bom desempenho das funções orgânicas e motoras do corpo, mas, sobretudo – e é o que mais atormenta – a ação dos processos cognitivos que asseguram a incorporação do conhecimento e os mecanismos para utilizá-lo, com destaque para a memória e a aprendizagem.
Aqui é propício afirmar que a velhice é a manifestação externa de alterações esperadas, com o decorrer do tempo, no comportamento celular. Essa veleidade dos futurólogos de contemplar os seres humanos jogando golfe com idade multicentenária é uma visão que, à luz do estado atual da ciência, escapa de nossa capacidade de conjectura.
Sempre reluto em responder a pergunta que mais se faz aos muito velhos: qual a receita para viver tanto? Nunca me vali dessas triviais inquietudes de circunstantes para ditar normas fundamentadas em condutas virtuosas que, por acaso, integrem as ações comportamentais que pautam a minha personalidade. Sempre entendi que é melhor escapar com argumentos que tangenciam as benesses da paz social, a genética, a homeostase dos sistemas orgânicos, consubstanciada nos avanços da medicina.
Sobre a passagem do tempo
Em termos de temporalidade, a vida pode ser vista como um estoque de pedaços do tempo que se nos escapa como um bem de consumo; e, a proporção que se esgotam as reservas, somos tomados de perplexidade pela consciência inexorável do não retorno. Se nos detemos para um momento de juízo sobre a vida e sua interrupção - tão certa quanto indesejada – damo-nos conta que a morte natural é um corolário do tempo e é um fenômeno nitidamente inteligível frente à nossa consciência, mas é o evento de que mais nos esquivamos em nossas reflexões sobre nós próprios, por sua carga de angústias, incertezas, sombras. Todos temos medo da morte – os santos também – porém, para alegria da vida, a velhice não condiciona, necessariamente, o aumento desse temor atávico.
Velhice
Confesso-lhes que não me preparei para enfrentar com galhardia esse complexo nebuloso de sensações impostas pela velhice, que afetam não só o bom desempenho das funções orgânicas e motoras do corpo, mas, sobretudo – e é o que mais atormenta – a ação dos processos cognitivos que asseguram a incorporação do conhecimento e os mecanismos para utilizá-lo, com destaque para a memória e a aprendizagem.
Aqui é propício afirmar que a velhice é a manifestação externa de alterações esperadas, com o decorrer do tempo, no comportamento celular. Essa veleidade dos futurólogos de contemplar os seres humanos jogando golfe com idade multicentenária é uma visão que, à luz do estado atual da ciência, escapa de nossa capacidade de conjectura.
Sempre reluto em responder a pergunta que mais se faz aos muito velhos: qual a receita para viver tanto? Nunca me vali dessas triviais inquietudes de circunstantes para ditar normas fundamentadas em condutas virtuosas que, por acaso, integrem as ações comportamentais que pautam a minha personalidade. Sempre entendi que é melhor escapar com argumentos que tangenciam as benesses da paz social, a genética, a homeostase dos sistemas orgânicos, consubstanciada nos avanços da medicina.
Sobre a passagem do tempo
Em termos de temporalidade, a vida pode ser vista como um estoque de pedaços do tempo que se nos escapa como um bem de consumo; e, a proporção que se esgotam as reservas, somos tomados de perplexidade pela consciência inexorável do não retorno. Se nos detemos para um momento de juízo sobre a vida e sua interrupção - tão certa quanto indesejada – damo-nos conta que a morte natural é um corolário do tempo e é um fenômeno nitidamente inteligível frente à nossa consciência, mas é o evento de que mais nos esquivamos em nossas reflexões sobre nós próprios, por sua carga de angústias, incertezas, sombras. Todos temos medo da morte – os santos também – porém, para alegria da vida, a velhice não condiciona, necessariamente, o aumento desse temor atávico.
Se nós como entidade humana, dotada de corpo e espírito, encontrássemos na morte o fim absoluto, não saberíamos o que dizer do feito que criou o homem - no mínimo, seria de uma pobreza implacável quando confrontado com as maravilhas do universo; além disso, a morte representaria um blefe para quantos vivemos a expectativa da eternidade. Enfim, digamos com Montaigne, o filósofo do ceticismo que tanto se ocupou da morte: “se não sabeis morrer, não vos preocupeis; a natureza ensinar-vos-á no momento certo, plena e eficientemente [...] este é de fato o final, porém não a finalidade da vida”.
Sobre Maria Teresa e os filhos....
Em verdade, com Maria Teresa, mulher brava e arguta, através de um processo em que os encantos do amor e a fantasia da vida não se perderam com o passar do tempo, criamos uma bela família ao amparo do compromisso com os valores maiores da doutrina cristã; e aí estão quatro filhos que, em companhia de suas intrépidas esposas, nossas “belles-filles” – não sabemos de melhor palavra para nominá-las - são, hoje, homens dignos, realizados em suas carreiras e engajados cidadãos de sua época.
Esperança
E antes que vocês nos apupem, dirigimos-lhes um convite para que nos unamos, como irmãos e amigos, em uma louvação à vida; vida tomada em cada fragmento do tempo que testemunhamos, em cada criança que nasce para suceder a um que partiu, em cada amizade que surge para engrandecer a fraternidade, em cada gesto de bondade que se oferece para redimir o próximo, em cada sonho que se acalente para transformar-se em realidade, em cada canção que se module para celebrar a alegria de viver, por fim, em cada atitude que se assume para preservar e engrandecer a dádiva da paz; paz, o bem maior que se pode desejar às pessoas, aos povos e às nações.
Palavras do Gilmário
Sobre Maria Teresa e os filhos....
Em verdade, com Maria Teresa, mulher brava e arguta, através de um processo em que os encantos do amor e a fantasia da vida não se perderam com o passar do tempo, criamos uma bela família ao amparo do compromisso com os valores maiores da doutrina cristã; e aí estão quatro filhos que, em companhia de suas intrépidas esposas, nossas “belles-filles” – não sabemos de melhor palavra para nominá-las - são, hoje, homens dignos, realizados em suas carreiras e engajados cidadãos de sua época.
Esperança
E antes que vocês nos apupem, dirigimos-lhes um convite para que nos unamos, como irmãos e amigos, em uma louvação à vida; vida tomada em cada fragmento do tempo que testemunhamos, em cada criança que nasce para suceder a um que partiu, em cada amizade que surge para engrandecer a fraternidade, em cada gesto de bondade que se oferece para redimir o próximo, em cada sonho que se acalente para transformar-se em realidade, em cada canção que se module para celebrar a alegria de viver, por fim, em cada atitude que se assume para preservar e engrandecer a dádiva da paz; paz, o bem maior que se pode desejar às pessoas, aos povos e às nações.
Palavras do Gilmário
Nenhum comentário:
Postar um comentário