A Missa de Sétimo dia de nosso Presidente aconteceu, no dia 27/01/2022, às 19h, na Capela do Colégio Santo Inácio, com transmissão online.
LINK PARA TRANSMISSÃO DA MISSA DE SÉTIMO DIA DO DR. PEDRO HENRIQUE SARAIVA LEÃO
27/01/2022 às 19:00
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Ac. Janedson Baima - Vice-Presidente da ACM - lendo sua homenagemMISSA
PH
Comecei e terminamos juntos. Começava
eu, ele já nadava a largas braçadas na liderança da colo-proctologia cearense.
O ano era 1974, o mês foi março, o local, os corredores da Santa Casa da
Misericórdia de Fortaleza, quando tive a Graça – tudo de bom é por Graça – de
ser apresentado ao Professor Pedro Henrique Saraiva Leão, pelas providenciais
mãos do colega Dr. Sérgio Regadas, que já estagiava com ele, na Clínica
Proctológica Dr. Walder Bezerra Sá.
Desde então, nunca nos distanciamos
muito. Concluí a graduação, bebendo da sua sabedoria, naquele nosocômio e no
Internato do HGF. Graduado, comuniquei a ele que tinha alcançado aprovação para
Residência Médica em Cirurgia Geral, no Hospital de Ipanema, Rio de Janeiro.
Incontinenti, ele me recomendou a um amigo dele, Dr. Miguel Arruda, cearense e
proctologista daquele hospital.
Preciosa recomendação! Dr. Arruda
espalhou para todos que eu era “o menino do Pedro”. Também por isso, fui
generosamente, acolhido e bem tratado na Cirurgia Geral e, depois, na
Colo-Proctologia. Nesse tempo, nos víamos, regularmente, nos congressos e nas
minhas férias, aqui em Fortaleza, que eram quase todas dedicadas a auxiliá-lo nas
suas cirurgias da clínica privada.
No retorno a Fortaleza, lá foi “o
menino do Pedro” pedir novo socorro. Encontrei a Clínica Proctológica da Casa
Santa desativada e me ofereci a ele para reativá-la. Sem vacilo, Dr. Pedro,
juntamente com o também querido e inesquecível Dr. Argos Vasconcelos, trataram desse
meu pleito junto ao Senhor Provedor. Na semana seguinte, o Serviço estava
funcionando com os mesmos 14 leitos de outrora. Desde então, várias gerações de
proctologistas já passaram por ali, prestando inestimáveis serviços à população
cearense mais carente. Tudo graças a mais um pioneirismo do nosso saudoso
Mestre.
Os senhores e as senhoras já
perceberam que, nessa humilde peroração, optei por não tecer justas loas aos seus
inúmeros méritos acadêmicos, médicos, científicos, literários, culturais,
linguísticos, etc. Tenho tratado mais da sua bondade, humanidade, “cardiomegalia”,
fidelidade aos amigos e incontáveis outras virtudes que o Pai Eterno, dadivosamente,
concentrou em um único dos seus filhos. Assim o fiz, devido aos inúmeros
relatos recentes sobre aqueles e por me calar fundo ao coração, estas últimas.
Percorremos alguns anos a meia
distância, devido à intensa atividade profissional de todos nós. Nesse meio
tempo e em grupo, organizamos e participamos de congressos, jornadas, encontros
científicos, literários e sociais. Destaco um fato que marcou, de forma
indelével, minha vida e da minha esposa Joyce, ele apadrinhou o nosso
casamento.
Até que, nessa última década, fui
presenteado por uma reaproximação física, cada vez mais estreita, quando nos
pareamos na Academia Cearense de Medicina. Devido às circunstâncias funcionais
da arcádia, voltei a beber da fonte original da sabedoria. Nos últimos dois
anos, nos falávamos, quase diariamente, ao celular. Tínhamos alguns dias e
horários agendados para essas ligações. Eu ficava aguardando esses momentos
para me deliciar com seus ensinamentos. Ontem, atualizando a agenda telefônica,
passei pelo nome do Dr. Pedro, mas não consegui deletar. Talvez, nunca o consiga.
Jamais imaginei ser como um seu
“imediato” na Academia. Depois de indicado por ele mesmo para a sua
vice-presidência, vivi um sonho, não dos méritos ao posto, pois não os tenho –
todos são disso testemunhas –, mas por saber que receberia das próprias mãos do
meu maior Mestre o galardão do sodalício, em maio deste ano. Destarte, como
diria ele, quanta honrosa e desmerecida coincidência me fora reservada. Quis o
cruel destino, porém, que isso não sucedesse. Consola-me a plena convicção de
que a Vontade de Deus permitiu a antecipação dos fatos por ser o único a
conhecer os mistérios da vida e da morte.
Há precisos 5 meses, ganhamos uma
netinha, a Ísis. Pela emoção, escapou-me de eu falar para ele. Desde então, em
quase todos os contatos, ele perguntava pela Ísis. Ultimamente, ele perguntava
assim: “Como vai a Dra. Ísis? Ela já está clinicando?”. Ele dizia que quem é
filha, neta e sobrinha de médicos já nasce quase doutora. Quanta emoção, meu
Deus! Agora, você entende, Paulinho, porque eu lhe disse que o meu luto é,
hipocrática e humanisticamente, filial?
Preciso me desculpar por ter me/os
traído e tornado essa minha manifestação demasiado pessoal, quando trago para a
Sra. Maria das Graças (Mana), esposa e os filhos Ana Luiza, Paulinho e Ignez Carolina,
a amiga Luíza Alcântara, todos familiares e amigos, o abraço solidário e
comovido dos confrades, confreiras e funcionários da Academia Cearense de
Medicina. Tenham como certo que o nosso Presidente Pedro Henrique Saraiva Leão
jamais morrerá nas nossas mentes e corações.
Preciso concluir antes que “o menino
do Pedro” receba mais um puxão de orelhas do Mestre. De quando em vez, ele me
alertava assim: “Janedson, você até escreve bem, mas seja mais breve. Você
estica muito”. E aqui estou eu o desobedecendo, mais uma vez. Desculpem, pois é
deveras bom falar sobre ele.
Deus abençoe a todos!
Janedson Baima Bezerra